Ilha da Marambaia

 

24 de janeiro de 2006.

A ilha da Marambaia fica no final da Restinga da Marambaia e ao lado de Ilha Grande. Nela existe o pico da Marambaia de 641 metros de altura e a vegetação natural é de mata atlântica rica e exuberante. A palavra marambaia quer dizer “cerco do mar” em tupi-guarani, o que representa a região da Baia de Sepetiba, local totalmente protegido que fica entre o continente e a restinga.

É um local maravilhoso e histórico, onde batalhas sangrentas foram travadas para afastar intrusos holandeses indesejados durante a colonização do Brasil. Nele funciona o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia da Marinha do Brasil e as visitas só são permitidas para convidados autorizados. Dessa forma, livre da especulação imobiliária e sob os cuidados constantes da Marinha do Brasil e das pessoas que lá trabalham e que gostam e se preocupam com o local (dava para perceber no jeito carinhoso e cuidadoso que cada uma das pessoas que conhecemos, desde os oficiais até as pessoas mais simples, falavam sobre a ilha) essa jóia do litoral brasileiro permanece intocada em quase toda sua totalidade. Nas instalações militares que visitamos tudo é muito bem cuidado. Várias pessoas cuidavam da manutenção e limpeza exatamente enquanto estávamos andando por lá. As construções antigas que existiam na ilha estavam preservadas e foram aproveitadas para as necessidades da base. As trilhas não tem lixo algum e não vi sinal nenhum de erosão ao longo delas. As praias são muito bem cuidadas, belíssimas, utilizadas apenas por moradores e convidados e só sentimos que haviam tantas águas-vivas no mar nesse dia, pois prejudicou um pouco o banho de mar.

Os únicos sinais de poucos cuidados foram, infelizmente, nas casas dos moradores não militares da ilha. Nela vivem ainda muitas famílias de pescadores que não foram desalojados por motivos sociais quando da instalação da base. São exatamente nos locais de moradia de várias dessas famílias, cercados por arames e madeiras, que impera o caos. Sujeira, vegetação destruída e barracos são o que existem nesses locais “particulares”. É triste que essas pessoas nascidas e cujos descendentes viveram centenas de anos na ilha são as que menos cuidam dela. Tomara que a base funcione lá por muito, muito tempo ou que o governo tenha o bom senso de transformá-la em reserva ou parque estadual se a Marinha do Brasil perder o seu controle.

Quanto aos passeios, fomos na Praia Grande, numa piscina de água de cachoeira deliciosa, na “gruta” (um lugar lindíssimo), na praia onde houve a batalha histórica contra os holandeses, que é belíssima e parece uma verdadeira praia caribenha e fizemos uma trilha até o final da Praia Grande.

Foi uma visita feita com muito gosto e melhorada pela simpatia com que Avelino e as outras pessoas nos receberam. Fomos levados aos melhores lugares para passeio que ficavam próximos e só sentimos pena de não ter podido ficar mais tempo em virtude de compromisso que havíamos assumido em Parati no dia seguinte. Mas, quem sabe voltamos para conhecer mais algum dia...

 

*** Informações históricas e geográficas foram extraídas do “Histórico – Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia”

 

Paramos no lugar indicado em vermelho